Pesquisadores do Parque Arqueológico de Pompeia, na Itália, anunciaram a descoberta de uma nova residência decorada com pinturas variadas, entre elas, representações de cenas eróticas.
Em uma das paredes, destaca-se uma pintura que captura um momento íntimo entre um sátiro — a figura mítica com corpo meio humano, meio bode — e uma ninfa, eternizando no mural essa conexão da mitologia e sensualidade que coloria o imaginário da época.
Situada no centro da antiga cidade, essa casa é notavelmente menor e se destaca por não possuir o átrio central, elemento característico das construções romanas. Essa ausência pode refletir transformações nas preferências
Arte erótica sob as cinzas de Pompeia
O local, preservado sob as cinzas desde a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., continua a oferecer uma janela única para o cotidiano de Roma. Esta nova descoberta reforça o apreço dos romanos ricos por decorações detalhadas: afrescos com figuras mitológicas, plantas e animais decoram as paredes brancas da moradia.
Entre as representações, uma pintura em fundo azul destaca um sátiro e uma ninfa em um abraço ousado, enquanto outra exibe a trágica história de Hipólito e Fedra. Há também um afresco danificado que possivelmente ilustra o Julgamento de Paris, e uma cena de Vênus e Adônis, em um retrato de paixão e beleza.
Essas cenas eróticas, embora não sejam novas em Pompeia, reforçam o fascínio da antiga cidade por esse tipo de arte. Em janeiro de 2023, uma casa repleta de afrescos foi reaberta após duas décadas fechada, enquanto outro afresco polêmico, “Leda e o Cisne”, foi revelado em 2018.
Curiosamente, os últimos rituais domésticos da casa recém-descoberta permanecem intactos em um larário, santuário familiar. “Temos arqueólogos, restauradores e arqueobotânicos analisando cuidadosamente as oferendas que foram feitas momentos antes da erupção”, comentou Gabriel Zuchtriegel, diretor do parque, mencionando inclusive as ferramentas usadas no sacrifício.
Zuchtriegel ressaltou ainda que essa escavação “acontece diante dos visitantes”, que podem acompanhar o trabalho dos arqueólogos em passarelas elevadas.