Provavelmente a maioria de nós, ocidentais, carrega na mente uma imagem mais ou menos parecida do Diabo: um ser com chifres e rabo, com tridente na mão e pele ou roupa vermelha. Contudo, nem todas as representações dessa figura mítica foram feitas da mesma forma.
O Diabo (ou Lúcifer, ou Satanás) é um personagem central em obras importantes da cultura ocidental, como Paraíso Perdido de John Milton e Fausto de Johann Wolfgang von Goethe. Entram aqui também filmes, como icônico O Advogado do Diabo, em que o ser infernal é representado por ninguém menos que Al Pacino. Mas o que a Bíblia falou sobre o anjo caído?
O Diabo na Bíblia
A Bíblia nos conta que o Diabo era o arcanjo Lúcifer, um anjo de alta importância que se rebelou contra Deus e, por isso, foi banido do céu. Por conta disso, ele passou a governar o inferno, onde se dedicou à tarefa de corromper as almas humanas, fazendo com que elas não ascendessem ao Reino dos Céus.
Há poucas descrições do Diabo no texto bíblico. Em uma delas, presente no Evangelho de Mateus, lemos que o Diabo apareceu diante de Jesus Cristo durante seus 40 dias e 40 noites no deserto. Ele teria sido levado até lá pelo Espírito Santo para tentar Jesus Cristo três vezes, conferindo que ele se manteria firme em sua fé.
Outro trecho que pode ser lembrado é o famoso episódio do Jardim do Éden, no Gênesis, em que uma serpente tenta Adão e Eva para comerem a fruta da proibida Árvore do Conhecimento. O livro do Gênesis não declara explicitamente que a serpente no Jardim do Éden seria o Diabo, mas teólogos fizeram essa associação.
Há poucos elementos físicos nas descrições do Diabo, mas elas existem. No livro de Ezequiel, ele é descrito como bonito, o que se deve ao fato de ele ter sido antes um arcanjo. Mas outros trechos se referem a ele como um metamorfo (alguém que muda de forma) que se disfarça para enganar os humanos.
A figura tradicional do Diabo
A imagem mais tradicional do Diabo, com chifres e um tridente, pode ter surgido em obras de arte medievais, inspiradas por imagens não saídas da Biblia. Uma referência pode ter sido o deus Pã, representado como um sátiro (um ser da natureza com o corpo metade humano e metade bode). Como os primeiros cristãos tentavam associar o paganismo ao mal, isso poderia explicar uma certa conexão do Diabo com a figura de Pã.
A visão do Diabo como um mamífero só aparece uma vez na Bíblia. No Evangelho de Pedro, lê-se que “o Diabo anda ao redor como um leão que ruge, buscando alguém para devorar”. Já no Apocalipse, o tinhoso aparece como réptil: na cena da batalha final entre o céu e o inferno, o livro descreve um “enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres e sete coroas em suas cabeças”.
Ou seja, o último livro do Novo…