Em meio
A avaliação de lideranças aliadas é que é “natural” que Lula já esteja preocupado com as próximas eleições, mas que, antes disso, ele precisa reorganizar sua base na Câmara, após a insatisfação dos deputados em relação às emendas.
O principal motivo é que parlamentares de partidos do Centrão com ministérios se sentiram “traídos” pelo governo, especialmente por terem aprovado o pacote de ajuste fiscal e, na sequência, verem o STF suspender os pagamentos das emendas.
Dentre os partidos mais citados estão o União Brasil e o PSD, ambos preteridos pelo governo na escolha do próximo presidente da Câmara e que, juntos, somam 103 deputados na Casa Legislativa.
O União Brasil, especialmente, corre o risco de se aproximar mais da oposição, mesmo tendo o atual ministro do Turismo, Celso Sabino. Um dos favoritos para ser o próximo líder é o deputado Mendonça Filho (União-PE), que faz oposição ao governo Lula.
Já o PSD chegou a se posicionar contra o regime de urgência para os projetos do pacote fiscal, mas voltou atrás em um gesto de apoio. Entretanto, a bancada espera um espaço maior na Esplanada do que o Ministério da Pesca, atualmente ocupado pelo ex-deputado André de Paula.