Muitas pessoas estão colocando sua
Apesar de considerados naturais e seguros, suplementos naturais estão ganhando popularidade, tanto que hoje estão presentes em qualquer farmácia que você entre. Mas os perigos do consumo excessivo ou desinformado são cada vez mais evidentes.
Suplementos como cúrcuma, chá-verde, Garcinia cambogia e até mesmo o menos conhecido kratom (Mitragyna speciosa) — uma planta asiática que tem causado mortes nos Estados Unidos pelo seu uso indiscriminado — são amplamente utilizados por suas supostas propriedades benéficas. No entanto, quando consumidos em formas concentradas, como cápsulas, esses produtos podem sobrecarregar o fígado e levar a danos sérios.
Sem regulamentação e sem evidências
Embora muitas pessoas recorram a suplementos para tratar condições como colesterol alto, depressão, dor, ou para melhorar a saúde geral, nem sempre essas escolhas são feitas com a devida orientação médica.
Estudos mostram que os usuários desses produtos tendem a ser mais velhos, com maior nível educacional e renda, e muitas vezes com condições médicas crônicas, como artrite e diabetes. Esses fatores fazem com que o uso de suplementos pareça uma escolha informada, mas a falta de regulamentação adequada e a falta de evidências científicas sobre a segurança e eficácia desses produtos colocam os consumidores em uma situação delicada.
Nos EUA, os riscos são agravados pela falta de supervisão por parte da Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora deles. Mas em todo o mundo a fiscalização desse tipo de produto é bastante deficiente. Ao contrário dos medicamentos convencionais, os suplementos herbais não passam por testes rigorosos antes de serem comercializados.
No Brasil, qualquer medicamento, inclusive os naturais, precisam seguir as regras da Anvisa. Contudo, um estudo feito pela Unicamp já demonstrou que vários desses remédios tidos como naturais podem apresentar substâncias que só devem ser vendidas com receitas retidas, como a fluoxetina (usado para depressão) e a sibutramina (indicado para perda de peso).
Isso significa que a eficácia e a segurança desses produtos não são bem estabelecidas, e muitas vezes o que é anunciado no rótulo não corresponde ao que realmente está dentro das embalagens. Esse cenário cria um ambiente perigoso onde os consumidores podem estar ingerindo doses muito maiores do…