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Por que tantas histórias começam com "era uma vez"? (www.megacurioso.com.br)

Por que tantas histórias começam com "era uma vez"?

Provavelmente você não notou quando era criança, mas boa parte das histórias infantis começam sempre da mesma forma: com a frase “era uma vez”. Pode até parecer falta de criatividade, mas a verdade é que a frase funciona como se fosse uma chave para que os ouvintes ou leitores de uma história mergulhem na magia da ficção.

De fato, essa expressão foi usada pela primeira vez no século XVII, mas também encontrou algumas variações nas diferentes culturas.

O começo do “era uma vez”

A primeira vez que a frase foi usada data do século XIV. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

No inglês, a versão original do “era uma vez” – Once upon a time – apareceu no século XIV em poemas épicos medievais ingleses que celebravam a vida de heróis. A frase também apareceria em The Canterbury Tales, do escritor e filósofo inglês Geoffrey Chaucer, que data de 1387.

Já na literatura francesa, a frase, registrada como il était une fois, foi usada em 1694 pelo escritor e poeta Charles Perrault no conto Les souhaits ridicules (“Os desejos ridículos”), que posteriormente foi incluído na edição de 1871 de sua obra mais famosa, Histoires ou contes du temps passé, avec des moralités (“Histórias ou contos do tempo passado com moralidades”).

Acredita-se que Perrault inaugurou com suas histórias o gênero literário

, que abrange os contos fantásticos que contêm fadas (palavra do latim “fatum”, que significa destino, fatalidade, fado). Dentro deste estilo, aparecem também seres imaginários e pessoas (sobretudo mulheres) com poderes sobrenaturais e mágicos.

Os contos de fada ganham o mundo

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
Em poucos séculos, o “era uma vez” se espalhou em vários países. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

A fórmula ainda encontrou algumas variações nas obras de escritores da mesma época, como Madame d’Aulnoy e Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, na França e Dorothea Viehmann na Alemanha – sendo esta última a contadora de histórias que se tornou fonte de referência para os famosos contos dos irmãos Grimm.

Mas a expressão se popularizou mesmo quando começou a ser usada tanto pelos irmãos Grimm quanto pelo dinamarquês Hans Christian Andersen, cujas traduções se espalharam para vários países. O curioso é que a chave “era uma vez” vai bem além do francês e do inglês.

Na Finlândia, por exemplo, os contos de fadas começam com olipa kerran (que quer dizer literalmente “era uma vez”), enquanto em africâner a expressão é eendag lang, lang gelede (“um dia, muito tempo atrás”). Por outro lado, os contos de fadas poloneses começam geralmente com “além das sete montanhas, além das sete florestas” (za siódma góra za siódmym lasem), enquanto os contos populares coreanos começam com a curiosa expressão “quando os tigres costumavam fumar” (호랑이 담배 피우던 시절 ou, no nosso alfabeto, holangi dambae piudeon sijeol), o que significa que algo aconteceu há muito tempo.

A importância do “era uma vez”

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