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Como Trump quer acabar com a Guerra da Ucrânia (e por que Kiev venceu)

Qual é o plano de Donald Trump para cumprir a sua promessa de acabar rapidamente com a Guerra da Ucrânia?

É, basicamente, congelar as posições atuais do exército russo e ucraniano, no território do país invadido por Vladimir Putin, e colocar nessas fronteiras uma grande força de paz composta por muitos milhares de soldados europeus. A França é simpática à ideia, a Itália também, desde que sob a égide da ONU, e a Polônia é contra.

Como a Rússia veria a proposta? O ditador

é ambíguo, obviamente. Ele se diz aberto a negociações, mas na sua longuíssima entrevista coletiva de final de ano a veículos chapas-brancas e alguns meios ocidentais afirmou que não conversará com um presidente da Ucrânia que “não é legítimo”. O mandato de Volodymyr Zelensky venceu em maio, mas ele se mantém no poder graças à lei marcial adotada por causa da guerra com a Rússia.

O presidente ucraniano, por seu turno, já reconhece a impossibilidade de retomar todos os territórios ocupados pelos russos, visto que os líderes ocidentais se recusam a ajudá-lo a vencer Vladimir Putin no campo de batalha, muito pressionados que estão internamente por uma opinião pública cansada de ouvir falar em Ucrânia e de gastar dinheiro com auxílio militar.

Na visão de Volodymyr Zelensky, o congelamento de posições, sem reconhecimento internacional das anexações feitas pela Rússia, pode jogar o problema para eventuais negociações diplomáticas a serem entabuladas depois que houver uma troca de comando no Kremlin.

Volodymyr Zelensky quer, no entanto, garantias de que a Rússia não voltará a atacar território ucraniano. Para ele, uma força de paz europeia não é suficiente. “Queremos a paz, mas devemos de ter garantias de segurança que nos ajudarão a nos proteger amanhã. As garantias de segurança europeias não serão suficientes: para nós a verdadeira garantia é a Otan, e a Otan depende das decisões tomadas por europeus e americanos”, disse o presidente ucraniano aos líderes dos países da União Europeia.

Ele também afirmou que Vladimir Putin é “um louco” que “ama matar”. Difícil não concordar com Volodymyr Zelensky. Ao brandir ameaças nucleares ao Ocidente, por exemplo, o ditador russo joga com a carta da própria instabilidade, mas quem finge que é louco o tempo todo é louco capaz de cometer as piores loucuras, especialmente se não encontra resistência pela frente.

Se o plano de Donald Trump se impuser, isso significará que a Rússia ganhou a guerra? Depende do ponto de vista. O excelente articulista Gianluca Mercuri, do Corriere della Sera, é de opinião que a Rússia sai perdedora e elenca os motivos:

1. Putin dizia que a Ucrânia não existe e ele continuará a existir. Mesmo com as previsíveis amputações, permanecerá um dos maiores países da Europa, com um exército de meio milhão de homens e uma atitude de autodefesa sem comparação com outros povos do continente.

2….

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